alcatruz

Alcatruz, s.m. (do Árabe alcaduz). Vaso de barro e modernamente de zinco, que se ata no calabre da nora, e vasa na calha a água que recebe. A. MORAIS SILVA. DICCIONARIO DA LINGUA PORTUGUESA.RIO DE JANEIRO 1889 ............................................................... O Alcatruz declina qualquer responsabilidade pelos postais afixados que apenas comprometem o signatário ...................... postel: hcmota@ci.uc.pt

11.12.25

 

Universo

Imagem do Sol com Ícaro em queda

Imagem do fundo do olho humano

 

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29.11.25

 

Cidade Universitária de Coimbra, o dilema de Salazar

 Havia que renovar a Universidade de Coimbra que, entendiam, estaria sufocada pelo emaranhado das ruelas da Alta. Havia mas o reitor e outras figuras proeminentes da Universidade não se entendiam no que deveria ser a nova "cidade universitária".

 “Salazar veio terminar com as hesitações em 1937: "[...] Isolar a colina sagrada, só activa para o estudo na doce e calma atmosfera coimbrã”, António Oliveira Salazar, Discursos e Notas Políticas, vol. II (1935-1937) (Coimbra: Coimbra Editora, 1945).

Imagino quanto lhe terá custado essa decisão, a ele, que ali fora estudante, lente e onde, intelectual católico conservador que reanimara o CADC e congeminara o Estado corporativo, cujo objectivo era fazer com que os portugueses continuassem a viver “habitualmente”. Arrasar uma cidade com séculos de História e história sua também para, sobre as ruínas, fazer erguer imponentes edifícios, brancos e frios que ele próprio viria a classificar como parecendo “fábricas de bolachas”, seria ficar na história como o algoz da Alma Mater coimbrã na vã tentativa de a actualizar - maldição suprema; teria sido insuportável. “Se soubésseis quanto custa mandar, gostaríeis de sempre obedecer” mas ele arcou com a responsabilidade.

Os habitantes comuns não tinham sido consultados, nem doutores nem futricas. Não foi por desprezo mas por não os considerar aptos a tal tarefa. Aliás, se “A soberania reside em a nação” e sendo a nação uma “comunidade com uma identidade coletiva imaginada” com “características partilhadas, como língua, história, etnia, cultura, território ou religião”, a opinião da população actual sobre este tema não seria relevante, tanto por ser ultra minoritária face à dos seus ilustres antepassados como por não ter preparação para escolher o melhor para o futuro dos cidadãos e da Universidade.

Teria analisado bem o assunto e considerado alternativas: Transferir toda a Universidade para outro local da cidade estava fora de questão – seria criar um campus, isto é, isolar a Universidade da cidade, (dos cidadãos que a sustentam e a quem ela deveria servir) como faziam os americanos cujo modo de ser detestava. Transferir algumas Faculdades seria ferir de morte a Universidade, que implica unidade na diversidade.

De todas as alternativas, decidiu escolher a que considerou menos má; se a Universidade deixava de estar na cidade pelo menos ficaria rodeada de cidade a poente -  não um campus mas ainda cidade universitária. Manter-se-ia parte dos Salatinas, em especial os seus vizinhos do Colégio dos Grilos. Teria sido a solução menos má mas o futuro veio piorá-la.

O seu amigo, correligionário e conselheiro Bissaya Barreto tolerava qualquer projecto desde que lá se mantivessem os HUC, a quinze minutos da sua casa, padrão da cidade humana, ideal que viria a emergir no Sec XXI.

A nova cidade universitária “… só activa para o estudo na doce e calma atmosfera coimbrã” não ficou marcada por este anátema (“palavra grega que significando uma oferenda votiva, evoluiria para o sentido de maldição”) que obviamente não era sua intenção apenas traduzia bem o seu ideal de Universidade. Felizmente tal não aconteceu, a Universidade fragmentou-se mas não se converteu num Mosteiro laico.

Nota: Interpretações minhas.

Diário de Coimbra 21 ? - Nov 2025

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25.11.25

 

 O consumo e a vacina do endividamento

Existem quatro razões pelas quais uma economia pode crescer: o investimento público e das empresas, as exportações, o consumo feito pelo próprio Estado e os gastos das famílias.
Num passado recente, Portugal percebeu que este último recurso já não era solução por ter gerado níveis de endividamento público impossíveis de suportar pelo Orçamento do Estado.

Já os gastos das famílias têm-se revelado como a trave mestra do crescimento económico, com o consumo a crescer mesmo mais do que a economia.

*Economia significa, em primeiro lugar, a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços, e como as sociedades gerem recursos escassos para satisfazer necessidades humanas. Derivada do grego oikos (casa) e nomos  regras/ administração), a  palavra também se refere a um conjunto mais prático de significados, como a moderação nos gastos, a poupança, o bom uso de recursos e a gestão de bens.

Conclusão: Esta vacina contra o consumo é ineficaz.


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21.11.25

 

Tédio


Depois liguei à minha mãe para lhe desejar feliz aniversário. ‘Sinto-me mal por passar a minha vida sem fazer nada...’, disse-me ela. ‘Quando não se faz nada, o tempo passa a correr, mas os ponteiros do relógio não parecem mexer-se. A hora de almoço nunca chega. Já vi a série Amor Proibido três vezes...’
 Orhan Pamuk

Pior que não fazer nada é nada ter que fazer.



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13.11.25

 

Zero e marralhão

 Descobrir e inventar

Descobrir é desvelar algo que já existia mas era desconhecido; inventar é criar algo que não existia. Descobrir é um acto humano, por vezes sobre-humano; inventar é de uma ordem semi-divina. 

Deus terá criado tudo o que existe a partir do nada, crê-se (nem foi Lúcifer que criou o Inferno).

Ora há humanos que o emulam - quem inventou o zero (0)*. O zero é a representação concreta do nada, o que está antes do um, antes do primeiro, um absurdo mas sem o qual seria difícil representar a grande quantidade.

Tão ou mais absurdo foi a invenção do “marralhão” na acepção que lhe dávamos em Porto da Lage – depois do último – conceito de que não conheço outra utilidade que a de zombar dos preguiçosos.

* Terá sido inventado por um indiano; foi introduzido na cultura árabe (e daí na Europa), tal como o sistema decimal, por Al Quarismi, um persa. Daqui os vocábulos algarismo e algoritmo.

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7.11.25

 

Optimismo

 respigos

Angel Wagenstein (1922-2023), no seu O Pentateuco de Isaac  relata a vida atribulada de Isaac Jacob Blumenfeld, um alfaiate judeu da Galícia que conheceu “cinco pátrias e três campos de concentração” e que, apesar de tudo, afirmava:                                                                                                                 “Se me perguntares como vou, responder-te-ei: muitíssimo bem porque podia sempre estar pior".

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6.11.25

 

Dados dados

 Uma redundância verdadeira e perigosa

O “tecnofeudalismo" das plataformas digitais

Um poder que não precisa de violência porque opera através do consentimento, fabricado, manipulado, mas formalmente voluntário.

Os utilizadores ... foram transformados: não só como consumidores, mas também como produtores gratuitos de dados e conteúdo. 

Domingos Caeiro


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