Descobrir e inventar
Descobrir é desvelar algo que já existia mas era desconhecido; inventar é criar algo que não existia. Descobrir é um acto humano, por vezes sobre-humano; inventar é de uma ordem semi-divina.
Deus terá criado tudo o que existe a partir do nada, crê-se (nem foi Lúcifer que criou o Inferno).
Ora há humanos que o emulam - quem inventou o zero (0)*. O zero é a representação concreta do nada, o que está antes do um, antes do primeiro, um absurdo mas sem o qual seria difícil representar a grande quantidade.
Tão ou mais absurdo foi a invenção do “marralhão” na acepção que lhe dávamos em Porto da Lage – depois do último – conceito de que não conheço outra utilidade que a de zombar dos preguiçosos.
* Terá sido inventado por um indiano; foi introduzido na cultura árabe (e daí na Europa), tal como o sistema decimal, por Al Quarismi, um persa. Daqui os vocábulos algarismo e algoritmo.Etiquetas: Deus, Inventar, marralhão, Zero
respigos
Angel Wagenstein (1922-2023), no seu O Pentateuco de Isaac relata a vida atribulada de Isaac Jacob Blumenfeld, um alfaiate judeu da Galícia que conheceu “cinco pátrias e três campos de concentração” e que, apesar de tudo, afirmava: “Se me perguntares como vou, responder-te-ei: muitíssimo bem porque podia sempre estar pior".
Etiquetas: optimismo, Pangloss
Uma redundância verdadeira e perigosa
O “tecnofeudalismo" das plataformas digitais
Um poder que não precisa de violência porque opera através do consentimento, fabricado, manipulado, mas formalmente voluntário.
Os utilizadores ... foram transformados: não só como consumidores, mas também como produtores gratuitos de dados e conteúdo.
Etiquetas: dados, Plataformas digitais
Não acredite em nada que venha nos jornais - têm feito mais para causar mal-estar que qualquer outra entidade. Se lá vir algo que julgue ser verdade, comece logo a duvidar.
Wiliam Osler (1849 – 1919) professor de Medicina na Universidade Johns Hopkins, em Baltimore. AphorismsEtiquetas: aforismos, Jornais, osler
“países com desigualdades económicas” são “países com desigualdades na escolarização” e, por sua vez, “com desigualdades na saúde”. Em Portugal, a boa notícia é que as desigualdades vão sendo em parte “anuladas e mitigadas”.
num país onde “havia tudo para correr mal na saúde”, Portugal tem conseguido, “contra todas as probabilidades”, melhorar vários indicadores.
As regiões mais pobres apresentam esperanças médias de vida maiores e as regiões mais ricas surgem com esperanças médias de vida mais baixas.”
Quanto à taxa de mortalidade infantil, “observa-se um padrão igualitário em Portugal e com uma tendência para a redução das desigualdades neste indicador”.
No país, “observa-se uma acentuada disparidade regional em termos de rendimentos e de escolaridade, contudo, esse nível de desigualdade não se verifica na saúde, onde apresentamos resultados bastante igualitários”.Etiquetas: eifiência, equidade, saúde, SNA
Peter Thiel, influente empresário de Silicon Valley ... cofundador do PayPal e da Palantir, conhecido pelas suas ideias conservadoras, ... numa palestra:... todos estavam a trabalhar como loucos e a competir ferozmente por empregos sem sentido, ficando com o sabor a cinzas na boca. A sociedade tornou-se estagnada e decadente, e os supostos avanços tecnológicos de que as pessoas usufruem, como o smartphone, são na verdade insignificantes, e não revolucionários, incapazes de alterar a situação de declínio em que a classe trabalhadora estava mergulhada,
... refletiu sobre como comunidades pobres brancas nos EUA caíram num ciclo de comparação, ressentimento e vitimização, fazendo eco das ideias de René Girard (1923–2015), antropólogo e filósofo francês que desenvolveu uma teoria sobre o desejo mimético, a violência e a religião. Girard dizia que o desejo humano não nasce de dentro, mas é imitativo (mimético). Ou, por outra, não desejamos diretamente um objeto ou uma pessoa; desejamos o que vemos outros desejarem.
Auto da Alma, Gil Vicente há 500 anos.
Diabo publicitário: Uns chapins de Valença haveis mister:, ei-los aqui. / Agora estais vós mulher de parecer.
Ponde os braços presumptuosos: isso si! / Passeai-vos mui pomposa, /daqui pera ali, e de lá pera cá, e fantasiai.
Agora estais vós fermosa como a rosa; / tudo vos mui bem está. Descansai
Anjo: Que andais aqui fazendo?
Alma: Faço o que vejo fazer polo mundo.
Anjo: Ó Alma, is-vos perdendo!
Correndo vos is meter no profundo! Quanto caminhais avante, tanto vos tornais atrás e através. Tomastes, ante com ante por mercante, o cossairo Satanás, porque quereis…
Ambição, s.f.
Desejo ardente e immoderado de
conseguir honras, louvor, fama, empregos, fazenda, autoridade, poder etc. Mont. Art. 14.11.
"ambição vem da
palavra ambire, que he o mesmo que correr, ou cercar em roda, como faziam
antigamente os pretendentes de dignidades, e magistrados da república, que
corrião toda a cidade, cortejando huns e outros, e ganhando a benevolência dos
que podião ter voto" Lus.
9.93.
A. Morais
e Silva. Diccionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro 1889
Etiquetas: alma, ambição, trabalho
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